segunda-feira, 22 de março de 2010

Entre-sono (Mário Quintana)


A manhã se debruça ao peitoril,
Não sei por que está gritando: abril, abril!
Há, por vezes, manhãs que são sempre de abril...
A manhã, com todas as suas árvores ao vento,
Traz-me as primerias notícias da frota do Descobrimento,
Sem reparar na presença dos arranha-céus.
Mas eu nem abro os olhos; vou dormir...
Creio que ainda chegarei a tempo
Para a Primeira Missa no Brasil.

Quintana de Bolso / Mário Quintana. - Porto Alegre: L&PM, 2008.

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